Epifania nº 2

Epifanias... Momentos em que nos apercebemos de algo que nos trancendia até então. Momentos em que o tempo pára para sentir, sem sentir nada em concreto na altura, mas senti-lo depois. Momentos eternos de calma, exaltação, dor e paixão. Momentos de mágoas não curadas e de amores irreais. Lutas inúteis e dores de cabeça. Tespestades que ecoam ao longe como uma melodia em tons inteiros. Raios de sol preguiçosos que não passam por entre nuvens grossas, que começam a chorar. Vento agradável duma noite de Verão, com aqueles cheiros a mistério e a sexo. O limiar da loucura, vozes e ecos, dores, pancadas, gemidos doentes... Tudo num só momento... Uma epifania. Terminei à questão de minutos a minha mais recente peça, do conjunto das "Epifanias", desta vez a segunda. Só em momentos decisivos e muito difíceis é que as escrevo. Custam escrever como custam tocar. Doem ouvir e doem chorar. Depressão, alegria, exaltação, luta, justiça, tudo no mesmo compasso. Não quero voltar a escrevê-las. Hoje não é um bom dia...