11.4.06

Ai que pachorra...

Ontem tive o "prazer" de visitar a minha antiga escola secundária, Escola Secundária Seomara da Costa Primo. Realmente foi giro, porque gostei bastante de lá andar. Passei muito bons momentos naquela escola, bem como momentos muito maus. Mas enfim... Não fui para matar saudades, mas sim para entregar papelada para concurso de professores (neste caso não para mim, mas para o meu irmão que, estando em Macau, deixa as coisas entediantes como contas e estas coisas para aqui o je tratar). Quando cheguei à secretaria lá veio o senhor bixona maluca (inda me lembrava dele), com aquela barba branca muito falsa e a não condizer com a voz. Perguntou sempre com aquele tom de voz gentil e simpático: - "O que é que quer?" Fui para a divisória de assuntos de professores e disse que era para tratar de assuntos relativos a concurso de professores, e que me tinham dito para vir entregar a restante papelada. O senhor sorriu embarassado, pediu desculpa, e lá me indicou à funcionária encarregue. Chegou a senhora, que era uma versão mais moderna de freira com traumatismo e lobotomia frontal, sorrindo exageradamente, com muitos dentes à mostra e os olhos prestes a saltar das órbitas, que provavelmente vem de não fazer nenhum num gichet de secretaria de escola, tirando jogar Sudoku ou Damas Online. A senhora disse para lhe dar os documentos. Assim fiz... Depois levou-os, sempre com um sorriso estupidamente lobotómico, para os entregar à "chefe". Bem... a "chefe" começou logo com a sua voz "30 anos de Marlboro", dentes desigualmente espaçados, óculos progressivos com uma corrente para não cairem, e simpática como tipica de todos os funcionários públicos... "O seu irmão não entregou nada sabe... nada de nada... e nós aqui não sabiamos nada"... Que saudades... Bem, deixei a senhora a estrebuchar um bocado e cortei: "Olhe, já sei que o meu irmão não entregou nada. Eu não sou o meu irmão, portanto poupe-se nos comentários. Eu vim aqui entregar a papelada que faltava, dentro do prazo. Vai-me aceitar isto ou não?" A senhora baixou os olhos para os papéis, murmurou qualquer coisa entredentes e parou numa folha... "Ai não lhe posso aceitar esta declaração... não tem a data de hoje, tem a data de 30 de Março". Tadinha, devia tar à espera que por sorte eu recebesse precisamente no dia 10 de Abril um papel que demora 3 semanas a vir do ministério... "Disseram-me que tinham falado ao telefone com o meu irmão. Pode confirmar por favor, com quem falou com ele, a ver se me aceita o papel?" A senhora lá foi telefonar, murmurando sempre qualquer coisa entredentes, que francamente não me interessa minimamente o que era. Lá ia falando em mim, enquando a bixona maluca continuava a resolver uma matrícula para um imigrante africano, parecendo rir-se a todo o instante, também algo lobotómico. Alguns minutos depois lá veio a senhora, muito chateada, dizendo rápida e rispidamente: "Vou-lhe por aqui o carimbo de hoje. Pronto, já está. Obrigado." Bem lá fui, com sentimento de missão cumprida, especialmente por saber que chateei um funcionário público mais um pouco... Ai que pachorra...