20.4.06

Balada em Sol menor



Uma peça brilhante, notável em todos os aspectos, desde o profundamente dramático, passando por pesada melancolia, letargia, agonia, tristeza e depressão, alegria ao lembrar momentos passados, exuberância contemplativa da vida e da realidade, o simples bater de um coração grave, ignorado e refugiado na sua solidão... O que leva alguem a escrever uma peça assim? Tanta paixão, tanto amor sofrido, tanta dor testemunhada... Depressivo, doente, profundo, mórbido até... Mas belo, misterioso, brilhante, delicado, apaixonado... Como disse Cybil Smith a David Helfgott sobre o terceiro concerto para piano de Rachmaninov, só quando se sentir as mãos como as de gigantes, domando o piano, deitando toda a paixão para fora, aí será tudo tão mais fácil, mesmo que implique partir uma corda ou outra. Bem, Chopin não é Rachmaninov, mas 3 cordas já foram à vida. Ou o meu piano está doente, ou tenho que cortar na paixão. Mas como desligar uma coisa tão dificil de obter, como desligar a essencia de tocar, de comunicar na única linguagem em que sou capaz? Não sei... Mas vou tentanto.